segunda-feira, 10 de março de 2014

o renascimento de uma carne crua.parte-1

    05/03/2014. O sangue pinga no chão. Corpos estendidos, uma coleção de carne, sangue e o som de gemidos lamentosos ecoam dentre as paredes. Ela não para, não consegue parar. Ela agora está sorrateira e ágil como uma cobra. Ao fundo, vê-se uma imagem santa com velas em sua volta. O último dia da sua caça saciou a criatura, como um tilintar ela não se sente mais agitada. Agora tudo parou, o sangue pingando, os gemidos e lamentos. Ela se deita no chão áspero e dorme banhada no sangue cintilante e suave.
    10/03/2014. O despertador apita incessantemente

 

. Eram 6:30, Anita pula da cama de forma súbita, não poderia perder o primeiro dia de aula depois do resseco, pois seria o dia da entrega de um trabalho pontuado, com a escova ainda na boca ela pega uma maçã, a mochila, cospe a espuma na pia e corre para a garagem onde está sua bicicleta.  Ela pedala com a mochila nas costas e a maçã na mão. Sem perceber um caminhão avança sobre ela.

.  A visão ainda estava turva, mas ela olhava para o teto branco. Ela fecha os olhos mais uma vez e a imagem de um semblante aparece em questão de segundos. Ela abre os olhos novamente e se encontra em um hospital. Tudo parece acelerar. Suas pupilas se dilatam e contraem rapidamente várias vezes, as luzes piscam, e o metal da maca vibra como um sino.

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